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domingo, 17 de julho de 2016

"Conflitos na Educação e sua resolução através do Sociodrama" - Como foi?

 

"Sala cheia", no Centro Comunitário de Telheiras. Um grupo de 24 mulheres muito interessadas, presentes e envolvidas numa das tardes em que fez mais calor nesta nossa cidade, para perceberem como o Sociodrama as pode ajudar a resolver melhor os conflitos com que se deparam no dia a dia.

Logo desde o início, feitas as apresentações da ação e da formadora, se percebeu que estávamos todas de acordo quanto a não há nenhuma solução mágica para a resolução de conflitos.

Passados os momentos iniciais do aquecimento e das apresentações dos participantes, os conflitos partilhados entre pares e os "animais" dramatizados que surgiram, levaram o grupo ao ponto.

Depois juntaram-se em grupos de quatro e escolheram um conflito para dramatizar perante o grande grupo. As situações dramatizadas perante o grande grupo foram:

  1. Situação de uso indevido telemóvel na sala de aula (duas situações);
  2. Conflitos entre crianças de jardim de infância, durante as suas brincadeiras, no recreio;
  3. Uma filha muito impulsiva, revoltada, com um comportamento irreverente e desadequado nas aulas, quer ficar à guarda do pai em vez de estar com a mãe;
  4. Uma amiga de um casal fica dividida, sem saber o que há-de fazer, quando vê um dos seus membros enamorado por outra pessoa.
Apresentadas as situações perante o grupo, foi necessário escolher quais eram as mais pertinentes para o grupo.

Foi feita uma escolha sociométrica, com as pessoas a colocarem-se junto de representantes de cada uma das situações.

A primeira escolha recaiu sobre a história da filha revoltada, com comportamentos inadequados, a querer ir viver com o pai em vez da mãe. Fez a dramatização, recriando a situação, com o maior número de papéis - como se se tratasse do átomo social da situação - a aluna, a professora, vária/os colegas, a Diretora de Turma, a Auxiliar (Assistente Operacional), a Diretora, o Pai, a Mãe, a Psicóloga da Escola, outros professores, a avó, ... . Foram feitas várias tentativas para resolver a situação: pediu-se a intervenção da Diretora de Turma, depois da Diretora, dos Pais, da Psicóloga; foram trazidas as dificuldades de cada um perante a vida e a pouca disponibilidade para lidar com a situação. A aluna estava completamente desmotivada para a Escola e era muito complicado estabelecer uma relação mais empática com ela por parte dos diversos intervenientes presentes. Ela queria mesmo ir-se embora da escola.

"Congelada" a cena, foi feita uma troca de papéis entre os diversos intervenientes.

Voltaram depois aos papéis iniciais e foi perguntado ao grupo se haveria outras formas de lidar com esta aluna.
O grupo começou por explorar a o nível organizacional, funcional, das pessoas que estavam nos cargos de Direção de Turma, da Diretora, da relação com outras organizações exteriores à Escola, como o Centro de Emprego, a Misericórdia, para ajudarem a procurar emprego para o Pai desempregado, por exemplo, melhorando assim a situação familiar.
Procurando outra solução, uma participante disse que tinha tido um aluno parecido, enquanto Diretora de Turma, e que tinha pedido ajuda a um colega dela, um outro professor que tinha uma melhor relação com o aluno, uma maior empatia com ele. Esse professor passou a conversar com o aluno regularmente, passou a ser uma espécie de tutor para ele. Diz que o aluno melhorou significativamente.  Também esta situação foi dramatizada e vivenciada. Observada pelo grupo. O que se teria passado? Teria havido um encontro de "ser humano" a "ser humano"? A Diretora de Turma teve a coragem de reconhecer os seus limites, as suas dificuldades e pedir ajuda ...

Fez-se um intervalo.

Passados 10 minutos voltámos aos "trabalhos", novo conflito a ser dramatizado, mas agora sobre o uso indevido do telemóvel em sala de aula e usando uma técnica ligeiramente diferente: ofereceram-se os protagonistas principais, a professora, a aluna e os colegas.
Feita uma primeira dramatização da cena, foi pedido que outros participantes na sala acrescentassem contributos para a cena, que fizessem de duplos. Seguiu-se a técnica do espelho, com outras formandas a assumirem os papéis principais e repetindo a cena. Finalmente a troca de papéis entre os intervenientes a aluna e a professora. Estávamos já à procura das possíveis "soluções" para este conflito, ou, melhor dizendo, de outras formas de lidar com a situação. Começou por surgiu a solução mais institucional, a da participação à Direção, perante a recusa da aluna em guardar o telemóvel e em o deixar de utilizar. Seguiram-se outras sugestões também importantes, a partir da observação e da reflexão: a necessidade de os professores manterem uma postura de firmeza perante um comportamento desajustado, como forma de prevenir futuros comportamentos semelhantes; a importância de os professores tomarem uma atitude firme, logo dêem conta que o comportamento surge, marcando bem a sua posição; a possibilidade de haver um local, uma caixa, onde todos os que entram na sala colocam o seu telemóvel em silêncio, incluindo o professor ou a professora; a importância do exemplo dado por todos os professores na utilização dos telemóveis em sala de aula; a necessidade de refletir e de perceber que uso educativo se poderá fazer dos telemóveis ou de tablets, já que são artefactos tão significativos na nossa sociedade; a importância do estabelecimento de regras claras e respeitadas por todos, incluindo os professores, ou seja, regras relativas à utilização de telemóveis em contextos sociais e não apenas em relação às salas de aula. Houve ainda quem sugerisse que uma simples e discreta chamada de atenção ao aluno/a em questão, desvalorizando a situação, pode ser muito eficaz.

Estava quase na hora de terminar, mas ainda tivemos tempos de fazer o "Jogo da Floresta Mágica".

Foi um tarde bem passada, em que se fez sentir as elevadas temperaturas do dia de 6.ª feira, mas em que as participantes afirmaram ter aumentado o seu reportório de possibilidades para lidar com situações de conflito, se sentiram mais seguras, como pessoas e como professoras, por terem partilhado umas com as outras as suas experiências e vivências.

Esta foi apenas uma abordagem inicial das potencialidades do Sociodrama. Em breve será anunciada uma nova ação de formação de 25h neste domínio. Muito agradecida a todas que participaram.
Margarida Belchior
(17/07/2016)

Notas: As fotografias foram tiradas pela Maria João Conde, da AECD, parceira nesta formação.

 

 

 

sábado, 25 de junho de 2016

«Conflitos na Educação e a sua resolução através do Sociodrama», dia 15/07, das 15h30 às 19h30

http://abeirario.blogspot.pt/2010/10/ah-abram-me-outra-realidade.html
Numa sociedade cheia de contradições, muitas vezes vemo-nos enredados em conflitos e tensões que não conseguimos, nem sabemos resolver. Quando damos por isso já lá estamos dentro.

Somos todos diferentes e face a uma mesma situação, reagimos de forma diferente. Uns de forma mais ajustada e tranquila, outros de forma mais intempestiva; outros pelo humor; outros não reagem mesmo e interiorizam um grande mal estar.

O Sociodrama é um recurso muito útil para ajudar a lidar com situações tensas e de conflito, situações mais difíceis e complicadas, percebendo o melhor contributo de cada um para a ajudar a resolver o que está em causa.

De acordo com Galtung (2005) e outros autores neste domínio, são os conflitos que através de uma resolução não violenta, promovem a evolução do mundo, o desenvolvimento humano. Assim, para este investigador, "Educar para a Paz é educar para uma resolução não violenta dos conflitos".

Venha juntar-se a nós, nesta ação de curta duração, uma sensibilização, e conhecer como o Sociodrama pode ajudar a perceber melhor os conflitos e tensões que surgem nos grupos de pessoas, nas Escolas, nas famílias, e como encontrar uma multiplicidade de resoluções.

Ação de formação: «Conflitos na Educação e a sua resolução através do Sociodrama»

Data e horário: 15 de julho de 2016 (6.ª f.), das 15h30 às 19h30;

Destinatários: Educadores, Professores, Pais, Educadores Sociais, Animadores Sócio-Culturais e todos os interessados em questões educativas e na resolução não violenta de conflitos;

Local: Centro Comunitário de Telheiras (em frente aos correios de Telheiras, junto à ART);

Inscrição: € 20,00, através da AEDC;

Formadora: Margarida Belchior

Nota: Esta ação de formação será acreditada como uma «ação de curta duração», para efeitos da formação continua de educadores e professores, pelo Centro de Formação da AEDC.

Esta ação de formação realiza-se em parceria com a Associação Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade (AEDC) e com o Centro Comunitário de Telheiras. Ver AQUI a divulgação da ação na página web do Centro Comunitário de Telheiras.



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Sessão de sensibilização: Agrupamento de Escolas Almeida Garrett

Hoje, 15/2/2016, aconteceu uma sessão de sensibilização sobre Sociodrama & Educação no Agrupamento de Escolas Almeida Garrett, com 16 colegas, de diversos níveis de ensino, desde o pré-escolar ao 3.º Ciclo do Ensino Básico. Foi um momento bem animado, em que nem se deu pelo tempo passar.

Realizados alguns exercicios de aquecimento, que serviram também para as apresentações, em que se recorre aos habituais critérios sociais mais esteriótipados (locais de nascimento, idades, profissões, quantos filhos). Para ultrapassar esta situação, fizemos também uma "silly sociometry" (uma escolha "tonta"), partindo das cores das roupas com que estavamos vestidos: apareceram uns "pinguins", o mar, uns corações e uns leões - com os seus movimentos, sons e títulos.

Em seguida chegou o momento de interagirmos assumindo os papéis das personagens de referência de cada um dos participantes. A diversidade das personagens em presença foi imensa: Woody Allen, M. Magoo, Abelha Maia, Papa Francisco, Cozinheiro dos Marretas, Mágico, Paulo Freire, Pai, Capuchinho Vermelho, ...

Seguiram-se as histórias improvisadas entre as várias personagens, em pequenos grupos. Parecia dificil, mas afinal até foram muito bem conseguidos os pequenos sketchs e divertidos.

Houve ainda tempo para um axiograma sobre a "escola a tempo inteiro", uma intensa discussão sobre este tema em que os participantes assumiram diferentes papéis. Seguiu-se uma troca de papéis, em que se inverteram as posições.

Na reflexão surgiram aspetos distintas:
- os constrangimentos impostos pelo Ministério da Educação, com todas as suas formas de controlo existentes acabam por limitar muito a ação dos professores e educadores, deixando pouco espaço a ações mais criativas, como as vivas durante as duas horas que passámos em conjunto;
- como exploramos e aproveitamos as margens de liberdade que os professores e educadores têm relativamente ao trabalho que desenvolvem com os seus alunos;
- a importância da criatividade e deste tipo de atividades expressivas;
- como todos se sentiram tão bem durante as duas horas que foram passadas em conjunto.

Muito obrigada pelo convite, foi para mim um grande prazer sentir a entrega, a energia e a espontaneidade do grupo de colegas, após um dia de trabalho.

Margarida Belchior
16/02/2016




quarta-feira, 10 de junho de 2015

Seminário "Diversidade, Educação e Cidadania" - 30/6, IE - UL


Dia 30 de junho 2015, no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
A entrada é livre, mas mediante inscrição prévia.

14h30 - Workshops 

Aqui fica o nosso (entre outros): «“Habitar” a cidade da educação – Onde? Com quem? Como?...»

Manuela Maciel (Clínica Esfinge)
Margarida Belchior (Escola EB "O Leão de Arroios"; UIDEF, IE-UL)

Na “cidade da educação” há muitos “bairros” habitados por vários cidadãos, muito diferentes uns dos outros, com histórias, desejos e projetos diversos. Nesta “Cidade”, entre os vários bairros, vão-se gerando dinâmicas de encontro e vai-se aprendendo a vivê-la em conjunto. «Como viver “em conjunto”, em espaços educativos, a diversidade?» - será a questão de partida neste workshop, que se desenvolverá através de metodologias sociodramáticas e procurará atender às preocupações trazidas por aqueles que nele participarem, num exercício que servirá de ensaio a uma construção coletiva, participada e dialogada da "cidade".



Para saber mais: http://mbmesquita.wix.com/seminariodec?fb_ref=Default

O programa: http://mbmesquita.wix.com/seminariodec?fb_ref=Default#!progamacao/csgz