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domingo, 18 de março de 2018

Final e "Love-back" (feed-back): III Edição da "Formação Sociodrama, histórias e resolução de conflitos"

Acabámos assim, no intervalo, à volta de uma mesa. Tal foi a entrega dos elementos do grupo. Interrogámo-nos do porquê de só mulheres terem participado neste grupo ... Nesta última sessão, entre a Escola Ideal, a realidade suplementar, e a avaliação da formação, o "love-back" foi intenso e muito frutífero.

"Precisamos de coragem para mudar o que pode ser mudado;
Serenidade para aceitar o que não pode ser mudado;
E sabedoria para distinguir uma coisa da outra."
(Adaptação livre, de uma frase que aparece como sendo de São Francisco de Assis, mas que também já ouvi como sendo de um grande Chefe Índio americano)

Tal como dizia Moreno, se houvesse mais grupos a participar em sessões de Sociodrama, certamente que o mundo seria diferente: aprenderíamos a respeitar mais as nossas diferenças, a conviver com elas e a perceber como elas podem ser frutíferas, nas resolução e transformação de conflitos das nossas vidas.

E ainda, a propósito do idealismo e da utopia:
"O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro”.
( (Fala de Tuahir), em "Terra sonâmbula", São Paulo: Companhia das Letras, 2007.)

Uma outra referência sobre a Utopia, Eduardo Galeano, poeta, jornalista e filósofo uruguaio:






 

O que é necessário existir numa "Escola Ideal" - resultado do "brainstorming":




 
 












"Love-back" espontâneo, ao longo deste percurso de formação

A.:

"Quero agradecer-lhe os excelentes sábados que me tem proporcionado (a mim e com toda a certeza a todo o grupo). São fantásticos, vou sempre com alegria e prazer. O grupo em si dá-me tranquilidade. Quando me inscrevi na formação considerei sempre que seria uma mais valia a nível profissional, neste momento a opinião difere, pois a nível pessoal é onde considero que a formação faz mais sentido. Ainda falta uma sessão e questiono-me se não poderíamos continuar a fazer algumas sessões...seria muito bom..."
  
M.:
"Tem sido uma experiência muito importante para mim, pelo que retribuo as palavras. Nunca pensei que uma ação de formação (e num grupo que me está a possibilitar «um alargamento de horizontes») tivesse uma repercussão tão grande."

S.:
"Tem sido uma aventura surpreendente este trabalho conjunto. Parabéns à timoneira! Confesso-lhe que estes desafios têm contribuído para adensar o meu deslumbre e curiosidade pela área do sociodrama. Quando tivesse disponibilidade, gostaria que me transmitisse mais informação sobre a formação em sociodrama: como? onde? de que forma? Obrigada!"

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Sessão sobre Sociodrama - Instituto de Psicodrama de Rio Preto (19/08)


O grupo em formação no Instituto de Psicodrama de Rio Preto. Foi um dia muito intenso e forte, em que além das técnicas de Sociodrama, foram trabalhados duas questões prementes no Brasil, mas não só:
- o "Vale tudo", a violência, como meio legítimo para atingir determinados fins, versus a "não-violência", a resistência, a importância dos meios serem coerentes com os fins que se pretendem alcançar;
- a "Ditadura da Beleza Feminina".

Ganha-se o dia, quando, na reflexão final, ouves que a violência e o "vale tudo" é tão mais fácil do que o diálogo e a resolução de problemas pela não violência; quando a transformação da sociedade passa por uma mudança individual e por um trabalho conjunto; que o "lado" da não violência, os vários intervenientes, tinham dificuldade em dialogar uns com os outros, em se organizar para construir uma alternativa à "violência"; que todos temos um lado agressivo que tem um papel positivo a desempenhar, mesmo pelo lado da não violência; não é necessário ser-se "escravo" da "Ditadura da Beleza", cada um deve sentir-se bem e procurar expressar-se na sua forma de se cuidar, de modo a que se sinta bem consigo mesmo e com os outros.

Foi um dia de partilhas e de aprendizagens extraordinário.

sábado, 15 de julho de 2017

Sociodrama Público com Arte: "Vozes de Mulheres" - 12/07/2017

Ontem estiveram connosco na Livraria Ler Devagar algumas mulheres que fizeram a diferença no seu contexto histórico-social. Foram elas a Chiquinha Gonzaga, a Cesária Évora, a Pagu, a Maria de Lurdes Pintasilgo, a Sara Tavares, a Catarina Eufémia, Maria Firmino ... entre muitas outras que podiam ter "aparecido por lá". Elas deixaram importantes mensagens a quem participou na sessão: a importância dos espaços de criação coletiva, o empoderamento, a persistência e confiança nos próprios dons, o exigir o justo reconhecimento e salário pelo seu trabalho, o agir com inteligência e a importância da afirmação das convicções pessoais. Foram partilhas pessoais profundas, num clima de confiança, leve e de alegria. Foi um momento único, como aliás têm sido todas estas sessões. Muito obrigada por nos fazerem sentir que vale a pena e boas férias!!
 
 Com Léa Kellermann e Margarida Belchior

In: https://www.facebook.com/1151856634960471/posts/1275452982600835?aymt_tip=1&placement=aymt_hot_post_tip

sábado, 22 de abril de 2017

A Estátua do Final da Formação


E assim terminaram mais 25h de formação, do grupo que participou na II Edição do Curso  «Sociodrama, Histórias e resolução de conflitos», realizado no Centro Comunitário de Telheiras, em parceria com a Associação Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade. Nesta estátua estavam representadas a Alegria, a Abertura, as Expectativas, o Grupo, o estarmos juntos, ...
Ao longo destas seis sessões de formação foram trabalhadas temáticas como: os refugiados; a importância das regras de comunicação em sala de aula; os conflitos entre vizinhos; um conflito provocado pelo desaparecimento de uma chucha e a desvalorização da importância desse facto para a mãe (numa creche); a história da princesa e da ervilha, os estereótipos que lhe estão associados e o contexto histórico em que esta história passou para o papel; personagens das histórias tradicionais da infância, as suas mensagens e como várias poesias podem ser reinterpretadas por diversos personagens - uma experiência de criatividade. Tudo isto usando os princípios e técnicas de Sociodrama.

Foram 25h muito desafiantes, interessantes e plenas de aprendizagens a vários níveis: a nível pessoal, a nível do grupo e também um nível social, mais alargado.
Foi um privilégio encontrar um grupo de gente tão "bonita".

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Foi assim: «Eu, Tu, Nós e ... Fernando Pessoa»

No dia 13/12, na Livraria Ler Devagar, com o Fernando Pessoa e seu poema do Menino Jesus (Poema VIII, do Guardador de Rebanhos):


 










A próxima sessão vai ser no dia 14/2/2017, à mesma hora e no mesmo local.

domingo, 17 de julho de 2016

"Conflitos na Educação e sua resolução através do Sociodrama" - Como foi?

 

"Sala cheia", no Centro Comunitário de Telheiras. Um grupo de 24 mulheres muito interessadas, presentes e envolvidas numa das tardes em que fez mais calor nesta nossa cidade, para perceberem como o Sociodrama as pode ajudar a resolver melhor os conflitos com que se deparam no dia a dia.

Logo desde o início, feitas as apresentações da ação e da formadora, se percebeu que estávamos todas de acordo quanto a não há nenhuma solução mágica para a resolução de conflitos.

Passados os momentos iniciais do aquecimento e das apresentações dos participantes, os conflitos partilhados entre pares e os "animais" dramatizados que surgiram, levaram o grupo ao ponto.

Depois juntaram-se em grupos de quatro e escolheram um conflito para dramatizar perante o grande grupo. As situações dramatizadas perante o grande grupo foram:

  1. Situação de uso indevido telemóvel na sala de aula (duas situações);
  2. Conflitos entre crianças de jardim de infância, durante as suas brincadeiras, no recreio;
  3. Uma filha muito impulsiva, revoltada, com um comportamento irreverente e desadequado nas aulas, quer ficar à guarda do pai em vez de estar com a mãe;
  4. Uma amiga de um casal fica dividida, sem saber o que há-de fazer, quando vê um dos seus membros enamorado por outra pessoa.
Apresentadas as situações perante o grupo, foi necessário escolher quais eram as mais pertinentes para o grupo.

Foi feita uma escolha sociométrica, com as pessoas a colocarem-se junto de representantes de cada uma das situações.

A primeira escolha recaiu sobre a história da filha revoltada, com comportamentos inadequados, a querer ir viver com o pai em vez da mãe. Fez a dramatização, recriando a situação, com o maior número de papéis - como se se tratasse do átomo social da situação - a aluna, a professora, vária/os colegas, a Diretora de Turma, a Auxiliar (Assistente Operacional), a Diretora, o Pai, a Mãe, a Psicóloga da Escola, outros professores, a avó, ... . Foram feitas várias tentativas para resolver a situação: pediu-se a intervenção da Diretora de Turma, depois da Diretora, dos Pais, da Psicóloga; foram trazidas as dificuldades de cada um perante a vida e a pouca disponibilidade para lidar com a situação. A aluna estava completamente desmotivada para a Escola e era muito complicado estabelecer uma relação mais empática com ela por parte dos diversos intervenientes presentes. Ela queria mesmo ir-se embora da escola.

"Congelada" a cena, foi feita uma troca de papéis entre os diversos intervenientes.

Voltaram depois aos papéis iniciais e foi perguntado ao grupo se haveria outras formas de lidar com esta aluna.
O grupo começou por explorar a o nível organizacional, funcional, das pessoas que estavam nos cargos de Direção de Turma, da Diretora, da relação com outras organizações exteriores à Escola, como o Centro de Emprego, a Misericórdia, para ajudarem a procurar emprego para o Pai desempregado, por exemplo, melhorando assim a situação familiar.
Procurando outra solução, uma participante disse que tinha tido um aluno parecido, enquanto Diretora de Turma, e que tinha pedido ajuda a um colega dela, um outro professor que tinha uma melhor relação com o aluno, uma maior empatia com ele. Esse professor passou a conversar com o aluno regularmente, passou a ser uma espécie de tutor para ele. Diz que o aluno melhorou significativamente.  Também esta situação foi dramatizada e vivenciada. Observada pelo grupo. O que se teria passado? Teria havido um encontro de "ser humano" a "ser humano"? A Diretora de Turma teve a coragem de reconhecer os seus limites, as suas dificuldades e pedir ajuda ...

Fez-se um intervalo.

Passados 10 minutos voltámos aos "trabalhos", novo conflito a ser dramatizado, mas agora sobre o uso indevido do telemóvel em sala de aula e usando uma técnica ligeiramente diferente: ofereceram-se os protagonistas principais, a professora, a aluna e os colegas.
Feita uma primeira dramatização da cena, foi pedido que outros participantes na sala acrescentassem contributos para a cena, que fizessem de duplos. Seguiu-se a técnica do espelho, com outras formandas a assumirem os papéis principais e repetindo a cena. Finalmente a troca de papéis entre os intervenientes a aluna e a professora. Estávamos já à procura das possíveis "soluções" para este conflito, ou, melhor dizendo, de outras formas de lidar com a situação. Começou por surgiu a solução mais institucional, a da participação à Direção, perante a recusa da aluna em guardar o telemóvel e em o deixar de utilizar. Seguiram-se outras sugestões também importantes, a partir da observação e da reflexão: a necessidade de os professores manterem uma postura de firmeza perante um comportamento desajustado, como forma de prevenir futuros comportamentos semelhantes; a importância de os professores tomarem uma atitude firme, logo dêem conta que o comportamento surge, marcando bem a sua posição; a possibilidade de haver um local, uma caixa, onde todos os que entram na sala colocam o seu telemóvel em silêncio, incluindo o professor ou a professora; a importância do exemplo dado por todos os professores na utilização dos telemóveis em sala de aula; a necessidade de refletir e de perceber que uso educativo se poderá fazer dos telemóveis ou de tablets, já que são artefactos tão significativos na nossa sociedade; a importância do estabelecimento de regras claras e respeitadas por todos, incluindo os professores, ou seja, regras relativas à utilização de telemóveis em contextos sociais e não apenas em relação às salas de aula. Houve ainda quem sugerisse que uma simples e discreta chamada de atenção ao aluno/a em questão, desvalorizando a situação, pode ser muito eficaz.

Estava quase na hora de terminar, mas ainda tivemos tempos de fazer o "Jogo da Floresta Mágica".

Foi um tarde bem passada, em que se fez sentir as elevadas temperaturas do dia de 6.ª feira, mas em que as participantes afirmaram ter aumentado o seu reportório de possibilidades para lidar com situações de conflito, se sentiram mais seguras, como pessoas e como professoras, por terem partilhado umas com as outras as suas experiências e vivências.

Esta foi apenas uma abordagem inicial das potencialidades do Sociodrama. Em breve será anunciada uma nova ação de formação de 25h neste domínio. Muito agradecida a todas que participaram.
Margarida Belchior
(17/07/2016)

Notas: As fotografias foram tiradas pela Maria João Conde, da AECD, parceira nesta formação.

 

 

 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Sessão de sensibilização: Agrupamento de Escolas Almeida Garrett

Hoje, 15/2/2016, aconteceu uma sessão de sensibilização sobre Sociodrama & Educação no Agrupamento de Escolas Almeida Garrett, com 16 colegas, de diversos níveis de ensino, desde o pré-escolar ao 3.º Ciclo do Ensino Básico. Foi um momento bem animado, em que nem se deu pelo tempo passar.

Realizados alguns exercicios de aquecimento, que serviram também para as apresentações, em que se recorre aos habituais critérios sociais mais esteriótipados (locais de nascimento, idades, profissões, quantos filhos). Para ultrapassar esta situação, fizemos também uma "silly sociometry" (uma escolha "tonta"), partindo das cores das roupas com que estavamos vestidos: apareceram uns "pinguins", o mar, uns corações e uns leões - com os seus movimentos, sons e títulos.

Em seguida chegou o momento de interagirmos assumindo os papéis das personagens de referência de cada um dos participantes. A diversidade das personagens em presença foi imensa: Woody Allen, M. Magoo, Abelha Maia, Papa Francisco, Cozinheiro dos Marretas, Mágico, Paulo Freire, Pai, Capuchinho Vermelho, ...

Seguiram-se as histórias improvisadas entre as várias personagens, em pequenos grupos. Parecia dificil, mas afinal até foram muito bem conseguidos os pequenos sketchs e divertidos.

Houve ainda tempo para um axiograma sobre a "escola a tempo inteiro", uma intensa discussão sobre este tema em que os participantes assumiram diferentes papéis. Seguiu-se uma troca de papéis, em que se inverteram as posições.

Na reflexão surgiram aspetos distintas:
- os constrangimentos impostos pelo Ministério da Educação, com todas as suas formas de controlo existentes acabam por limitar muito a ação dos professores e educadores, deixando pouco espaço a ações mais criativas, como as vivas durante as duas horas que passámos em conjunto;
- como exploramos e aproveitamos as margens de liberdade que os professores e educadores têm relativamente ao trabalho que desenvolvem com os seus alunos;
- a importância da criatividade e deste tipo de atividades expressivas;
- como todos se sentiram tão bem durante as duas horas que foram passadas em conjunto.

Muito obrigada pelo convite, foi para mim um grande prazer sentir a entrega, a energia e a espontaneidade do grupo de colegas, após um dia de trabalho.

Margarida Belchior
16/02/2016