domingo, 25 de janeiro de 2015

Foi assim ... o V Encontro

Hoje fomos nove ao todo, contando comigo: oito mulheres e um homem, com idades entre os 58 e os dezanove anos. Cinco pessoas pela primeira vez. As outras três já somos frequentadoras assíduas ... :-)... Vieram de mais longe duas amigas professoras que viajaram desde Rio Maior até ao nosso Encontro. De Lisboa éramos três. Do outro lado da ponte ( a Ponte 25 de abril; ou será antes deste lado da ponte? ... de onde escrevo eu este apontamento?) eram quatro: duas daquela zona (entre Almada e a Costa da Caparica) e duas de Sesimbra. Tudo isto soubemos uns dos outros através de loco e axiogramas, na fase de aquecimento que foi também a da apresentação entre todos os presentes. Dizer o nome dançando e do que gostam de fazer foi outra proposta feita ainda nesta fase: cada um dizia o seu nome e do que gostava e o grupo reproduziu o nome e os gestos, a ação de cada um.

Como forma de criar alguma confiança no grupo fizemos também o jogo da "Floresta mágica" e ainda um "Pie Chart" sobre "Eu sou único/a que ..."

Nesta passagem entre o "aquecimento" e a "ação", uma fase de transição, passámos depois à questão "o que o trouxe a este encontro?" ou, melhor ainda, "o que trouxe para este encontro?" - questão lançada enquanto cada um caminhava pela sala ao som de uma música africana (1). O desafio era encontrar uma palavra ou uma personagem que melhor expressasse e simbolizasse a resposta à questão colocada. Surgiram várias respostas possíveis: o principezinho, a curiosidade, o encontro, a Mafaldinha e a sua curiosidade, a Bela Adormecida, o Bart Simpson e o seu ser desajeitado, a procura da adequação, a procura de respostas mais competentes, ... Cada um foi convidado a atuar a sua personagem na interação com os outros, enquanto eu ia entrevistando os personagens no seu papel.

Seguiu-se um momento semelhante em que a questão foi: "o que procuro?". As palavras usadas para exprimir o que cada um procura foram: a felicidade, a partilha, a sinceridade, a coerência, a luz, a inspiração ("Captain, my Captain!" - a importância de pessoas inspiradoras para os mais novos), as respostas adequada aos desafios do dia a dia, ... Depois da partilha, o grupo foi convidado a fazer estátuas, estáticas ou dinâmicas, sobre a palavra que cada um tinha dito - uma de cada vez. O "autor" da palavra começava e os outros juntavam-se-lhe da forma que sentiam mais adequada.

Tendo em conta o que cada um procura, o que cada um precisa, e pensando num sonho, ainda em embrião, o da realização de um encontro de um dia inteiro (2), o grupo foi então convidado a "sonhar" esse encontro. Mais uma vez se partiu  do movimento, passeando pela sala cada um foi convidado a exprimir o seu desejo, o seu sonho e o seu contributo para esse encontro. Foi aí que surgiram palavras e personagens, postas em ação simultaneamente e interagindo umas com as outras, como a inspiração (e a necessidade de encontrar figuras de referência para os mais novos, para os jovens), o futuro (e a sua construção), a imaginação (e a necessidade da utopia, como horizonte, que nos faz caminhar, mas que se vai sempre afastando; ou o "Pelo sonho é que vamos", de Sebastião da Gama), a divulgação (o contar a outros o que aqui se passa, o como nos sentimos bem, o passar a palavra), o corpo (e a sua importância para nos sentirmos vivos, para sermos o que somos), partilha, ...

Na fase da partilha, primeiro a partir das personagens, cada um explicitou a razão da sua escolha e como se situava face à ideia da realização de um encontro, envolvendo outros projetos, outras pessoas que consideram haver mais a considerar na educação, que há muito mais a ter que ser equacionado e posto em ação quando se fala da educação dos mais novos, quando se fala do futuro. Foi consensual a ideia de ir ao encontro de outras pessoas, de sensibilizar outros/as, de criar redes, laços entre pessoas que procuram formas mais humanistas de estar nas escolas e nos projetos em que estão envolvidas ...

A conversa seguiu, durante o lanche partilhado e com um convidado que só poe vir para esse momento. Ficámos de pensar, de amadurecer ideias ...

Foi muito bom! Muito obrigada a todos/as que vieram. Já valeu a pena aqui chegar! "É longo o caminho que temos pela frente..." ... :-) ... mas muito saboroso, digo eu ... ;-)

Margarida Belchior
25/01/2015

Nota:
(1) - E como tudo tem um contexto social e cultural, o atual momento que se vive a nível mundial depois dos crimes efetuados em Paris, no Charlie Hebdo, e das tensões que d'aí emergiram, escolha das músicas para este encontro tiveram uma intenção, a de ser de culturas diferentes, músicas de outros que queremos conhecer e sentir: "Só se gosta do que se conhece!". São as partilhadas aqui abaixo.

(2) - Uma sincronicidade: enquanto eu andava a pensar propor um encontro de dia inteiro entre as pessoas dos vários projetos que se têm cruzado nestes encontros; uma destas participantes enviou-me uma mensagem dizendo que andava a pensar num encontro entre projetos que tivessem uma forma diferente de estar na educação. Foi por isso que neste encontro havia já um tema a ser proposto ao grupo de participantes que nele se juntaram.

(3) - Aqui ficam as músicas utilizadas intecionalmente neste encontro, numa perspetiva democrática e multicultural:





sábado, 3 de janeiro de 2015

V Encontro: Educadores e Professores - que futuro construímos, hoje?

24 / 01 / 2014, às 15h


Em tempos pós-natalícios, em que o consumo quase se confunde com a fraternidade e a solidariedade - tudo é tão paradoxal; se associarmos a entrada neste ano da graça de 2015 que agora se inicia ... Vale a pena retomar o poema de Pessoa que serviu de mote ao XII Congresso da Sociedade Portuguesa de Psicodrama (Almada, outubro 2014)


AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa 

Nestes momentos, onde temos cruzado sonhos, projetos, desejos, inquietações e preocupações de diferentes pessoas personagens, já nos encontrámos com os projetos de todas/os e cada um/a, já abordámos os "filhos diferentes" e as mães solitárias, os medos e os recursos que temos para lidar com eles e ainda a importância do brincar. Tanto que fica sempre para a próxima vez ... e como nos sentimos bem a cada novo encontro. Vamos pois a caminho do V Encontro.

Continuamos neste estreitamento de laços e fortalecimento desta REDE em construção: uma rede aberta, dinâmica, sempre pronta a integrar quem venha de novo - os "novos" são sempre bem-vindos/as, no próximo dia 24 de janeiro. E, pode sempre também trazer outro amigo/a também, como cantava o Zeca Afonso: "Traz outro amigo, também".

Estes encontros destinam-se a todos os que se preocupam com a Educação, num sentido amplo possível - na medida em que todos somos de alguma forma e em algum momento educadores, quer na forma como nos relacionamos uns com os outros, quer no modo como nos preocupamos com as questões da educação (não apenas escolar), na atualidade.

Tal como no encontro anterior, também neste encontro serão utilizadas metodologias baseadas no sociodrama.

Data e horário: 24 / 01 / 2015 (sábado), 15h00 às 18h30 (incluindo um tempo de lanche partilhado).

Local: Quinta da Estrela, Areeiro, Costa da Caparica (consulte o mapa abaixo).


Metodologias: Serão utilizadas metodologias que se fundamentam no sociodrama.

Pequeno lanche: com o que cada um quiser levar para partilhar.

Dinamizadora: Margarida Belchior

Inscrição: Preencha AQUI o formulário.

Contribuição: 5 €.

Nota: Qualquer dúvida ou questão podem ser colocadas através do mail - belchior.margarida@gmail.com






Ver Quinta da Estrela num mapa maior

Sorrir ...


Imagem de: https://www.facebook.com/renascenca/photos/a.114124202514.96754.105044957514/10152728635242515/?type=1

Sem perdermos a noção do mundo em que vivemos, ou por vivermos no mundo tal como ele se nos apresenta, com todos conflitos, tensões e contradições que fazem parte e com que temos de lidar, por isso mesmo, dizia, é imprescindível ...

If you plan ...