quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Foi assim o IV Encontro

Encontrámo-nos num grupo de quatro e foi com entusiasmo que, embora fôssemos um grupo reduzido, abraçámos este "encontro". Fomos "aquecendo" à volta de um cafezinho e da conversa sobre as iniciativas que têm decorrido na Quinta da Estrela.

Aquecidas com a boa conversa, na sala começámos por partilhar, em "pie charts", o que nos tinha levado até àquele encontro. Foram vários os motivos apontados: partilhar e sentir-se bem; a partilha e a curiosidade; a curiosidade, o conhecer novas pessoas, a introdução de espaços diferentes no dia-a-dia, de descontração; a criação de um espaço de encontro entre pessoas que se preocupam com a educação.

E através da associação livre de ideias e palavras, o grupo chegou decidiu pela importância do "brincar", mesmo entre os "crescidos". Assim foi pedido que ao deslocarmo-nos pela sala, ao som de música, nos fôssemos relembrando personagens de contos infantis que tivessem sido significativas na infância de cada uma. As personagens que foram surgindo foram: a menina caracolinhos de ouro e os três ursinhos; a Pipi das meias altas e o seu cavalo "Velhote e o Garfield; a Heidi, o seu amigo Pedro e a sua história; as fadas e bruxas.

Passámos então à ação e dramatizámos duas das histórias: "as fadas e bruxas" e a "menina caracolinhos de ouro".

Começámos por dramatizar "as fadas e as bruxas" com base na história da Bela Adormecida: uma rainha dá à luz uma princesa, que as fadas boas, bem como a fada má, foram visitar, expressando os seus votos: votos de saúde, de paz, bem estar, felicidades, mas também de cuidado com o mal, com o medo, a necessidade de estar atenta para não se deixar iludir, caso isso acontecesse a bebé acabaria por se picar num espinho e adormecer num sono profundo até que um príncipe a viesse despertar. Cada uma experimentou mais do que um papel, ou seja, houve "troca de papéis". E também viajámos no tempo: passados os 100 anos, apareceu o príncipe surgiu para despertar a bela princesa, para a amar. Prevaleceram valores como o amor, a beleza e a confiança.

Alguns comentários sublinharam a capacidade que cada uma afinal tem para também fazer de "fada má" (de bruxa) e como nesse papel se fica cheia de energia, de poder.

Ainda houve tempo para se dramatizar a história da «Menina Caracolinhos de Oiro e os três ursinhos». Houve também "troca de papéis" e dramatizámos ainda outros desfecho para a história: os ursinhos e a menina acabaram sentados à mesa, partilhando o lanche existente. Isto depois de uma outra versão do final, em que a menina tinha acordando assustada, foge porta fora da casinha dos ursos e eles ficam muito tristes por terem perdido a oportunidade de fazer uma amiga.

Na partilha final foi sublinhado por todas a importância de momentos como aquele que estávamos a viver, de momentos de brincadeira, de faz de conta, para nos sentirmos bem enquanto pessoas, na sua globalidade.

A fada boa faz os seus votos para a bebé que vai nascer

A fada má e a fada boa na expressão dos seus votos.

Uma fada boa a expressar os seus votos.

A menina caracolinhos de ouro experimenta a cama grande, a cama média e  cama pequena dos ursinhos.

Quando os ursinhos chegam a casa e vêm tudo mexido.
 
Os ursinhos lancham com a menina e tornam-se todos amigos.



sábado, 25 de outubro de 2014

IV Encontro - Professores e Educadores: que futuro construímos hoje?

Com as ÁRVORES sempre presentes, o nosso IV Encontro vai ser no dia...

22 / 11 / 2014, 15h
Quinta da Estrela

(ver mais abaixo)


Para Moreno, além da espontaneidade e da criatividade, o encontro entre pessoas ganha também uma importância primordial. Para ele é na interação com os outros que cada um se vai conhecendo a si mesmo, e ao outro, e também vai crescendo enquanto ser humano: é no grupo e com o grupo, que cada um se vai desenvolvendo - nem o indivíduo, nem o grupo se desenvolvem de forma autónoma. Assim, para o criador do psicodrama e do sociodrmam, o encontro entre pessoas e a dinâmica que nele se gera, ganha um relevo especial quer no trabalho nas técnicas psicodramáticas, quer na explicitação que foi fazendo da sua teoria.

A este propósito vale a pena citar o seu conhecido poema:

Mais importante do que a ciência é o seu resultado,
uma resposta provoca centenas de perguntas.

Mais importante do que a poesia é o seu resultado,
um poema evoca centenas de atos heróicos.

Mais importante do que o reconhecimento é o seu resultado,
o resultado é dor e culpa.

Mais importante do que a procriação é a criança,
Mais importante do que a evolução da criação é a evolução do criador.

No lugar dos passos imperativos, o imperador.
No lugar dos passos criativos, o criador.

Num encontro de dois:
olhos nos olhos,
face a face,
quando estiveres perto, pegarei nos teus olhos
e colocá-los-ei no lugar dos meus,
e tu pegarás nos meus olhos e colocá-los-ás no lugar dos teus,
então olharei para ti com os teus olhos,
e tu olharás para mim com os meus olhos.

(minha tradução a partir de: Marineau, R. (2013). Jacob Levy Moreno, 1889-1924. Father os psychodrama, sociometry and group psychotherapy. USA, Princeton: American Society of Group Psychotherapy and Psychodrama, p. 57-58)


Nestes "ENCONTROS" têm-se cruzado sonhos, projetos, desejos, inquietações e preocupações de pessoas diferentes. Tem permanecido sempre a vontade de nos voltarmos a encontrar, de ir estreitando os laços e fortalecendo esta REDE que estamos a construir. Uma rede aberta, sempre pronta a integrar quem venha de novo: por isso, mesmo que não tenha estado em nenhum dos encontros anteriores, será bem-vindo/a, no próximo dia 22 de novembro. E, como cantava o Zeca, pode sempre também trazer outro amigo/a também: "Traz outro amigo, também".

A designação "educador/a" é aqui usada no sentido o mais amplo possível - no sentido em que todos somos de alguma forma e em algum momento educadores, quer na forma como nos relacionamos uns com os outros, quer no modo como nos preocupamos com as questões da educação (não apenas escolar), na atualidade.

Tal como no encontro anterior, também neste encontro serão utilizadas metodologias baseadas no sociodrama.

Data e horário: 22 / 11 / 2014 (sábado), 15h00 às 18h30 (incluindo um tempo de lanche partilhado).

Local: Quinta da Estrela, Areeiro, Costa da Caparica (consulte o mapa abaixo).


Metodologias: Serão utilizadas metodologias que se fundamentam no sociodrama.

Pequeno lanche: com o que cada um quiser levar para partilhar.

Dinamizadora: Margarida Belchior

Inscrição: Preencha AQUI o formulário.

Contribuição: 5 €.

Nota: Qualquer dúvida ou questão podem ser colocadas através do mail - belchior.margarida@gmail.com





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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

«O poeta é um fingidor.»

Este foi o inspirador mote do XII Congresso da Sociedade Portuguesa de Psicodrama, onde muito se falou do Encontro moreniano e da hipocrisia, jogo e fingimento nas relações que estabelecemos com os outros:

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
Fernando Pessoa



sábado, 18 de outubro de 2014

"Uma construção conjunta"




Algumas fotos de uma sessão de sociodrama numa escola privada. Foi uma sessão de formação, um encontro em que foram abordados temas como "o que é educar hoje?", a história da escola ou o legado da sua fundação e, ainda, como integrar essas duas dimensões...

Foi uma excelente sessão, de quatro horas, com gente muito implicada e empenhada, que acabou com a dramatização de uma "construção conjunta" (ver fotografia acima), com a participação de todos, e deu origem a muitas questões e temas para serem processados.

Alguns desenhos que conduziram à "construção conjunta":

 Crescer

 
Magia e Fantasia


 Pégadas

 Comunicar

 Os afetos

domingo, 12 de outubro de 2014

Foi assim ... o III Encontro

Hoje, no III Encontro estiveram presentes cinco pessoas - duas "novas" e três "antigas" (duas professoras do 1.º CEB, uma educadora de infância, uma professora do secundário e uma instrutora de yoga para crianças). Tudo sobre a "relva" da nova sala da quinta da estrela, que se tem vindo a transformar gradualmente num local muito acolhedor. Um grupo intergeracional, com idades compreendidas entre os 31 e os 58 anos. No início deste encontro foram realizadas algumas dinâmicas de aquecimento que serviram também para nos apresentarmos umas às outras: as idades, o número de filhos de cada uma e os locais preferidos, surgiram exatamente dos axiogramas e do locograma efetuados. Também foi com o recurso a estas técnicas que foi dada continuidade à conversa sobre o cansaço do final da semana, que se tinha iniciado ainda sob a soleira porta.

Tudo intervalado com muita música e "passeios" pela sala para tornar bem presente o que cada uma sentia através do seu corpo.

Para que emergisse a temática da sessão, pedi para que cada uma pensasse numa situação que tivesse motivado a sua ida hoje ao grupo, que pedi fosse desenhada numa folha de papel (com pastel ou canetas de feltro). Surgiram ideias e temas muito diferentes: "um local de paz e amor para todos", incluindo as crianças - um amor e uma cabana; uma "clareira" para respirar e ajudar a viver no meio da confusão; o quentinho d'"A energia" do sol e o cansaço que vai secando as flores do jardim; o local da quinta e as suas árvores - a "Vida"; "o caminho" que queremos percorrer, mas que nos leva a nossa zona de conforto em direção ao desconhecido, ..., Imagens estas que foram associadas a ideias de bem estar para todos, de tranquilidade. Colocando os desenhos num lado da sala (o futuro) e as participantes do outro (no presente), situando-as no "caminho" a percorrer para chegarem à situação ideal (o futuro), perguntei-lhes o que as impedia de aí chegar. As respostas foram: a vontade, a falta de energia, o querer, ... Pedi então para que em grupo fizessem três estátuas, uma para cada etapa do percurso: o início, o meio e a proximidade da chegada. Em cada estátua pedi a cada uma que dissesse uma palavra de como se sentia e que tentasse ter uma visão do conjunto. Na primeira estátua havia uma desarticulação entre os membros: existia uma ponte, uma corredora em desequilíbrio, acompanhada de alguém que a ia puxando-a para trás, mas também com alguém que a sustentava, que era como que a sua fundação, o seu pilar.


 A segunda estátua tinha uma maior articulação interna: alguém que se lançava para a futuro, mas apoiada e protegida pelos restantes elementos do grupo. Na terceira estátua os elementos do grupo formaram uma corrente, com os vários elos entrelaçados entre si, em que uma ponta resistia ao andar para a frente, puxava o grupo para trás, e a outra estava quase a chegar ao futuro.


Fomos então tentar perceber o que nos assusta, o que nos faz medo ao sairmos da nossa zona de conforto em direção ao futuro. Cada uma falou dos seus medos: a doença, a perda, a subsistência, a falta de energia. Colocando os medos numa cadeira vazia, pedi a cada uma que falasse, dissesse aos seus medos o que desejava no momento. Os restantes membros foram convidados a amplificar o que cada uma tinha a dizer aos seus medos. Houve quem os reconhecesse, quem lhes virasse as costas, quem os conhecesse muito bem e até percebesse como eles lhe foram úteis; houve ainda quem se quisesse afastar para os olhar de longe e quem ao aproximar-se deles dizia até que sentia que eles deixavam de ser medos, que fazem parte de si, da sua vida, ou ainda que quisesse bater com força na madeira, "uma obsessão" que pode levar à loucura; houve ainda corpos que se contraiam provocando um aperto no peito, e que precisavam de se distender respirando fundo... vários membros do grupo foram fazendo de "duplos", foram amplificando o que estava a ser dito, e a forma como estava a ser dito. Acabámos com um momento de dança do grupo perante os medos.
Nesta sequência, do outro lado da sala foi colocada uma outra cadeira, onde cada uma foi convidada a sentar um ser / entidade que a ajudasse a lidar/viver com os medos. Surgiram várias árvores, a semente ou o grão de arroz, o chamã. Cada uma foi convidada a encarnar essa personagem, em simultâneo. Em seguida o grupo teve oportunidade de experimentar encarnar cada uma das personagens, à vez.
Seguiu-se o momento de partilha: falou-se das dificuldades de expressão e de estar em grupo perante um grupo de adultos e de como essas dificuldades ali tinham sido ultrapassadas; de como estes encontros são momentos de pausa e distanciamento de um quotidiano sugador, momentos de inspiração e expiração, para ganharmos forças para o que se passas à nossa volta; afinal temos tanta coisa em comum uns com os outros e como tudo está tão ligado e às vezes vivemos de forma tão isolada; como o que nos entra pela casa dentro, as guerras, as epidemias (o ébola), nos provocam medo, mesmo se não nos afetam diretamente, nem a nós nem aos nossos; como conseguimos encontrar recursos que estão ao nosso alcance para nos ajudar a lidar com os nossos medos.
Para encerrar foram ainda propostas e relizadas mais duas dinâmicas: a "pie chart" com a questão "sou único porque ...", e ainda jogo da "floresta mágica".

11/10/2014
Margarida Belchior

domingo, 7 de setembro de 2014

III Encontro - Professores e Educadores: Que futuro construímos hoje?

Dia: 11 / 10 / 2014, 15h

«Sê a mudança que queres ver no mundo.» Gandhi
 

Foi com este pensamento de Gandhi que encerrámos o II Encontro "Professores e Educadores: que futuro construímos hoje?". Neste encontro, o grupo decidiu debruçar-se sobre a educação de "crianças diferentes". A educação daquelas crianças que, por uma razão ou outra, são humilhadas pelos colegas, têm comportamentos disruptivos e dificuldades de integração, crianças cujo aproveitamento escolar fica aquém dos outros, da média, do que é considerado como "normal", ..., a lista podia nunca mais acabar ... Pode encontrar AQUI uma breve síntese do que aconteceu neste dia.

Estes encontros têm também sido espaços de "ENCONTRO" entre pessoas, com sonhos, desejos, inquietações e preocupações diversas, pelo que tem ficado a vontade de nos voltarmos a encontrar, de ir estreitando os laços entre aqueles que ainda agora começámos a conhecer. Vamos assim tecendo e fortalecendo esta "rede", que é aberta, sempre pronta a integrar quem venha pela primeira vez: por isso, mesmo que não tenha estado em nenhum dos encontros anteriores, pode vir participar no próximo, agendado para o dia 11 de outubro. Pode também trazer outro amigo/a, como cantava o inspirador Zeca Afonso: "Traz outro amigo, também".

A designação "educador/a" é aqui usada no sentido o mais amplo possível - no sentido em que todos somos de alguma forma e em algum momento educadores, quer na forma como nos relacionamos uns com os outros, quer no modo como nos preocupamos com as questões da educação (não apenas escolar), na atualidade.

Tal como no encontro anterior, também neste encontro serão utilizadas metodologias baseadas no sociodrama.

Data e horário: 11 / 10 / 2014 (sábado), 15h00 às 18h30 (incluindo um tempo de lanche partilhado).

Local: Quinta da Estrela, Areeiro, Costa da Caparica (consulte o mapa abaixo).


Metodologias: Serão utilizadas metodologias que se fundamentam no sociodrama.


Pequeno lanche: com o que cada um quiser levar para partilhar.

Dinamizadora: Margarida Belchior

Inscrição: Preencha AQUI o formulário.

Contribuição: 5 €.

Nota: Qualquer dúvida ou questão podem ser colocadas através do mail - belchior.margarida@gmail.com




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sábado, 6 de setembro de 2014

Foi hoje: II Encontro (breve síntese)

Hoje aconteceu o "II Encontro: Professores e Educadores, que futuro construímos hoje?" na Quinta Estrela. Formámos um grupo de dez pessoas: professores (a trabalhar em contexto escolar e em projetos vários; uns com vontade de conhecer novas coisas, outros com vontade de mudar de atividade), educadores em contextos diversos (yoga para crianças, associações culturais, projetos de intervenção em escolas, ...).  Depois do "aquecimento" do grupo, com locogramas diversos e alguns jogos, seguiu-se o momento de escolha do contexto e temática a trabalhar: cada participante partilhou as suas inquietações, preocupações, desejos ou sonhos, com um par. Seguiu-se uma partilha sintética em grande grupo. A escolha da temática a ser abordada foi feita através de uma sociometria: "Qual a temática que mais tocou cada um?". Foi eleita «a educação de "crianças diferentes"». Começou então a construção de uma "história" pelo grupo. Primeiro as personagens: uma mãe solteira com dois filhos, um obeso, gozado pelos colegas na escola, outro, em vias de ser medicado, com problemas de comportamento, pelos quais a mãe é frequentemente chamada à escola; duas professores, uma de cada um das crianças; uma professora de natação; um cavalo, de um dos filhos; uma médica pedopsiquiatra; e ainda um colega de escola das crianças. A ação começou por se desenrolar na escola (apesar de nada ter sido combinado nesse sentido): a mãe foi lá deixar os dois filhos, cada um deles entregue à sua professora. Houve uma intensa interação entre os alunos e as professoras, com intervenções do colega que não perdia uma oportunidade para humilhar o menino obeso. A professora deste foi tentando, infrutiferamente, que ambos os alunos se entendessem - as agressões verbais entre um e outro pareciam não ter fim (papéis muito bem desempenhados). A outra criança alheou-se completamente da professora, fazia riscos desconexos no quadro enquanto a professora não parava de "gritar": "Esta criança é impossível!! Não faz nada do que lhe mando fazer!" A ação era intensa - estavam todos muito "aquecidos". Enquanto isso a professora de natação esperava pelos seus alunos e o cavalo procurava fazer-se notado. A médica pedopsiquiatra aguardava no seu consultório pelos seus pacientes. Parada a ação, foi lançado o desafio de voltarem a fazer uma cena como se estivessem numa escola ideal, em que as "crianças diferentes" fossem acolhidas, integradas, com as suas potencialidades e as suas fragilidades. Para isso o grupo disse que a professora que gritava tinha que deixar de gritar, o colega que humilhava o colega obeso tinha que o tratar de forma diferente. Regressando aos papéis e à cena, todos num desempenho mais tranquilo de acordo com o que o grupo dissera anteriormente, a mãe dispensou a médica pedopsiquiatra, pois considerou que esta já não era necessária.
Chegou então a hora da mãe levar os seus filhos à natação. E logo depois a de andar a cavalo. Atividades diferentes, deram origem a diferentes formas de estar, gerando mesmo a interajuda entre irmãos: um tinha medo de mergulhar na piscina, o outro de montar o cavalo. Apoiaram-se mutuamente.

Na fase final, a da partilha, foram ditas algumas coisas interessantes: fazer o papel de uma professora que grita com os alunos, está relacionado com as professoras que algumas pessoas tiveram na infância, com os seus modelos, mas também com a recusa destes; ser uma criança que humilhava outra foi uma forma de se vingar de uma criança que humilhava o seu filho; perceber a importância do suporte emocional de um adulto, uma vez que a mãe não se encontrava na escola...  Sobre a sessão no seu conjunto, foi referido: como é bom voltarmos a estar no lugar das crianças e a fazer como elas, voltar a recordar o que é ser criança; como é importante haver espaços como este onde nos possamos expressar e comunicar, falar sobre o que nos preocupa; esta é uma forma muito interessante de nos pôr a pensar no que fazemos a partir do que experimentamos a partir da expressões dos nossos corpos ... Todos saímos satisfeitos e felizes da sessão,  com vontade de nos voltarmos a encontrar: o próximo encontro já ficou combinado para o dia 11 de outubro.


6 setembro 2014
Margarida Belchior

terça-feira, 19 de agosto de 2014

II Encontro: "Professores e Educadores: que futuro construímos hoje?"

Dia: 06/09/2014, 15h

"Um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho, um sonho sonhado em conjunto torna-se realidade." Raul Seixas
 

Depois do primeiro encontro, onde nasceu a vontade de nos voltarmos a encontrar, vimos lançar o segundo encontro "Professores e Educadores: que futuro construímos hoje?", para irmos fortalecendo os fios com que tecemos esta rede, em construção. É uma rede aberta, por isso, mesmo que não tenha estado no encontro anterior, pode participar neste. E traga outro amigo/a: "Traz outro amigo, também".

A designação "educador/a" é aqui usada no sentido o mais amplo possível - no sentido em que todos somos de alguma forma e em algum momento educadores, quer na forma como nos relacionamos uns com os outros, quer no modo como nos preocupamos com as questões da educação (não apenas escolar), na atualidade.

Tal como no encontro anterior, também neste encontro serão utilizadas metodologias baseadas no sociodrama.

Tema: "O que é educar, hoje?"

Metodologias: Serão utilizadas metodologias que se fundamentam no sociodrama.

Data e horário: 06/09/2014 (sábado), 15h00 às 18h00.

Pequeno lanche: partilhado com o que cada participante quiser levar.

Dinamizadora: Margarida Belchior

Inscrição: Preencha AQUI o formulário.

Contribuição: 5 €.

Nota: Qualquer dúvida ou questão podem ser colocadas através do mail - belchior.margarida@gmail.com


Local: Quinta da Estrela, Areeiro, Costa da Caparica (consulte o mapa abaixo).



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Será verdade? Só acontece com crianças? ... e com jovens ou adultos, o que se passará?
"O que é educar, HOJE?"
Nota: Através da minha filha, Mariana Belchior Pimenta.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

"A maior empresa do mundo"


Deserto do Hogar, Argélia (abril 2007)

"Posso ter defeitos, viver
ansioso e ficar irritado algumas
vezes, mas não me esqueço
de que a minha vida é a maior
empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos
os desafios incompreensões e
períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima
dos problemas e tornar-se num
autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um
oásis recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada
manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos
próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um
não.
É ter segurança para receber uma crítica,
mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo-as todas, um dia vou
construir um castelo..."

(Autor desconhecido)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Encontro: "Professores e Educadores: que futuro construímos hoje?"

Vivemos tempos de rápidas e grandes transformações, que nos desafiam permanentemente. A vida nas organizações educativas tem sido burocratizada, aumentando a pressão sobre os atores que aí vivem, à custa da implementação de avaliações várias, desde a avaliação do desempenho docente aos exames a que os mais novos passaram a ser sujeitos - na maior parte das vezes perde-se completamente o essencial da função social da educação, da sua missão. Muitos professores e educadores não chegam a conseguir um posto de trabalho estável, procurando outras alternativas. Quase tudo mudou desde há 10 anos a esta parte. O que é ser professor ou educador hoje, numa sociedade em que a complexidade é tamanha?

Vamos encontrar-nos e expressar os nossos encantos e desencantos com a Educação. Quer seja na escola ou fora dela, na família ou com os amigos, com os mais novos ou os mais velhos. O nosso futuro começa a construir-se hoje. Mas com que futuro sonhamos nós? Que sonhos e preocupações transportamos?

"Um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho, um sonho sonhado em conjunto torna-se realidade." Raul Seixas

Proponho um encontro, no qual serão usadas metodologias sociodramáticas, para expressarmos as nossas preocupações, os nossos sonhos e o que impede a sua realização. São técnicas que nos podem ajudar a perceber melhor a complexidade do mundo em que vivemos e como poderemos apoiar-nos uns aos outros na realização do(s) nosso(s) sonho(s) enquanto pessoas, educadores, professores e cidadãos.

Destinatários: Todos os educadores, ou professores, e também outros interessados pelas temáticas atuais da educação (dentro ou fora da escola) e pela construção de um espaço de encontro e de entreajuda, na procura de soluções alternativas conjuntas. "Traz outro amigo também!"

Metodologias: Serão utilizadas metodologias que se fundamentam no sociodrama.

Data e horário: 7/6/2014 (sábado), 14h30 às 18h00.

Pequeno lanche: partilhado com o que cada participante quiser levar.

Dinamizadora: Margarida Belchior

Inscrição: Preencha AQUI o formulário.

Contribuição: 5 €.

Nota: Qualquer dúvida ou questão podem ser colocadas através do mail - belchior.margarida@gmail.com.

Local: Quinta da Estrela, Areeiro, Costa da Caparica (consulte o mapa abaixo).



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"O que faz andar a estrada?", por Mia Couto


O que faz andar a estrada? … o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. … é para isso que servem os caminhos. Para nos fazerem parentes do futuro.

MIA COUTO

In "Mar Me Quer"






Para saber mais sobre Sociodrama



The UK Sociodrama and Craetive Action Network (SCAN) - http://www.sociodrama.co.uk/

British Psychodrama Association - http://www.psychodrama.org.uk/what_is_sociodrama.php

Ver também links em: http://sociodrama-intervencao-educacao.blogspot.pt/2014/05/o-que-e-o-sociodrama.html

sábado, 10 de maio de 2014

O que é o "Sociodrama"?

O Sociodrama tem como étimo as palavras: 'socius' que significa 'sócio', aquele que pertence a um grupo, a uma aldeia, a uma comunidade;  e a palavra 'drama' que significa ação, interação, encontro, ou seja, relação, ou conflito, entre seres, humanos ou outros. As técnicas do Sociodrama nascem a par com as do Psicodrama. Sabendo que psique significa alma, o psicodrama é uma metodologia que permite revelar a verdade da alma através da "pessoa em ação", usando o seu corpo para se expressar. Tanto o Sociodrama, como o Psicodrama, foram criados por Jacob Levy Moreno (1889-1974), médico psiquiatra romeno, de origem judaica sefardita, conhecido por ser 'o homem que trouxe o riso à psiquiatria'. Para Moreno, o encontro, a espontaneidade e a criatividade são conceitos chave da filosofia subjacente ao Sociodrama e ao Psicodrama.

O Sociodrama situa o tratamento e a resolução de problemas no espaço social, no grupo, nas relações que se estabelecem entre os seus membros, na forma como estes vivem e olham o que se passa à sua volta. Os grupos podem ser de vários tipos: casais, famílias, grupos profissionais ou organizacionais, turmas de escola ou grupos de formação. 

Em Sociodrama, a ação parte das questões e problemas que emergem no grupo, trabalhando-os com técnicas dramáticas, no aqui e no agora. Deste modo, promove-se tanto o conhecimento das dinâmicas dos grupos, como a expressão e integração de sentimentos. Permite também ter novas percepções, aprofundando o auto-conhecimento, treinando a empatia, a espontaneidade e a criatividade. Todos estes fatores são fundamentais numa perspetiva integral de desenvolvimento humano, desenvolvimento este que vai muito para além da inteligência racional e cognitiva, tão valorizada no mundo ocidental. Permite o treino em ambiente educativo, e protegido, de respostas mais equilibradas e adaptadas a situações complexas da vida quotidiana.


O Sociodrama, juntamente com o psicodrama, na atualidade, é utilizado como prática de intervenção em domínios como a formação, a educação, o desenvolvimento organizacional e a a psicoterapia.

Para saber mais:

O Sociodrama pelo mundo:
Explore esta página web: AQUI

Conferências Internacionais: AQUI.
 
Em Portugal:

Sociodrama, Educação e Intervenção: https://sociodrama-intervencao-educacao.blogspot.com/


 [Última atualização: 11/07/2024.]

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Redação vencedora do projeto "Dança e Cidadania" (Brasil)

 Redação vencedora do concurso de redação do projeto Dança e Cidadania (Brasil, 2011, 2014). Partilhado por Maria José Vitorino no evento criado no Facebook. De http://ascapis.wordpress.com/

Eu quero morrer vivo
Procuro minha identidade em algum lugar.
Por onde passei, por tudo que vivi…
Não temos mais a morte –
“Nunca existi”.
Escondido sob os pés de alguém,
Minha dignidade grita por socorro
Não sou visto por ninguém,
Se não lutar por mim mesmo, morro.
Debaixo do sol quente,
Pé descalço, asfalto ardente,
Sobrevivo sem entender –
Vejo príncipes puxando carroças,
Subhomens sentados no poder
Já vi de tudo nessa vida,
Mas da tal justiça, pouco pude ver.
Nesse descaso pouco comedido
Tenho que lutar por um viver decente.
Não posso parar.
Pois eu quero morrer vivo,
Não importa o quanto eu tente –
Eu preciso resgatar o meu desejo de sonhar.
Aline Soares